Primeiro
Não é difícil começar coisas novas. Só que a mente humana é uma máquina incrível que tem o costume de pensar demais. Isso significa que muitas vezes temos a clareza do que precisamos fazer para começar, mas ao mesmo tempo somos impedidos de mergulhar de cabeça por um mural que nos mostra tudo o que pode dar errado e toda a massa de trabalho que teremos.
Realmente, uma boa dose de planejamento é importante. Uma outra dose de preparação e estudo também. Mas aí o cérebro decide tomar muitas doses de cautela e retrabalho (antes mesmo de começar o trabalho). É nesse ponto que fica o cemitério de projetos que morreram antes de começar.
Este site é um experimento. Como tal, sinto-me no direto de ter flexibilidades e descuidados com certas coisas, especialmente no que diz respeito às aparências. Mesmo assim tive cuidado demais com o funcionamento das coisas e posterguei o início por meses.
Uma coisa que aprecio muito no meu pai é a habilidade que ele tem de visualizar exatamente como ele quer que um certo projeto seja executado. A diferença entre nós é que o período de preparação dele é muito menor, e logo ele já parte para a execução. No meio do processo ele pode chegar a dizer “não foi bem assim que eu imaginei” e retrabalhar aquela parte. Ou então - o que acontece mais vezes - em um certo milestone do projeto ele diz que foi exatamente assim que visualizou.
Não posso dizer que tenho uma visão clara de como quero que isso aqui funcione. Mas finalmente derrubei parte da barreira mental que me impedia de começar. Percebi que mostrar meu trabalho - ainda que incompleto, imperfeito, desinteressante e sem propósito ou rumo cem por cento definidos - é o mais importante agora. E o resto a gente vê junto depois.